União das Freguesias de Poiares e Canelas
Poiares
Poiares, como povoação, é antiquíssima, ignorando-se, contudo, a data da sua fundação. Sabemos que foi a Ordem do Templo que a instituíu, tendo nela fundado um mosteiro. Como a população de então era pouca, os cavaleiros trataram de povoá-la por meio do aforamento de terrenos aos seus familiares, aos serventes e a outras pessoas, encarregando-se eles da construção de um templo e da constituição da freguesia em autonomia.
A Igreja Matriz de Poiares pertenceu ao Mosteiro da Ordem do Templo e, embora apresente um exterior simples, no seu interior pode admirar os adornos de talha dourada do séc. XVIII. Uma das mais bonitas relíquias desta freguesia é a Cruz Santa de Poiares, uma cruz de Malta, em pau-santo revestida de ornatos com lâminas de prata com várias figuras do séc. XIII. Para a poder observar deverá dirigir-se ao colégio Salesiano de Poiares. Não deixe de visitar, também a bonita e singela Capela da Nossa Senhora da Graça.
Heráldica
Brasão: escudo de verde, com a cruz da ordem de Malta; bordadura requifada de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "POIARES - PESO DA RÉGUA".
Canelas
Canelas foi vila e sede de concelho até 31 de Dezembro de 1853. O estatuto de freguesia foi-lhe atribuído no ano de 1976. Em 1202, D. Sancho I doou Canelas à Sé de Lamego, tendo sido coutada por D. Sancho II, em 1225. Em 1205, o povoado de Canelas mudou-se de S. Gonçalo de Curvaceira, onde fora edificada, para o lugar do Assento, devido a uma invasão de formigas, que tornara as casas inabitáveis.
A localização geográfica da Fonte de Milho, com excelente visibilidade sobre o rio Douro, permitia que os romanos avistassem os inimigos, fazendo-os prisioneiros. Ao torturá-los, cortavam-lhes as canelas. Daí o nome da freguesia.
Apesar da possível origem castreja, Canelas possui vestígios de ocupação romana, dos quais são exemplo as ruínas da Fonte do Milho, classificadas pelo IPPAR como sendo de monumento nacional. Russel Cortez escavou a Fonte do Milho em 1940, tendo sido encontrada uma piscina, com o pormenor do mosaico policromo, apenas existente em Conímbriga.
Canelas honra-se de ser o berço do ilustre escritor duriense, João de Araújo Correia, que a todos orgulha pela obra que dedicou ao Douro e às suas gentes e do General Silveira, a quem foi concedido o título de Conde de Amarante, pelo heroísmo demonstrado na defesa da cidade. Silveira foi o primeiro português que obteve vitória contra as tropas francesas ao reconquistar Chaves.
A contrastar com os xistos do casario humilde, erguem-se casas brasonadas que testemunham a nobreza de muita gente que passou por Canelas. A ostentar o passado, a Estação Arqueológica da Fonte do Milho, ruínas do Palácio, onde habitou temporariamente o Marquês de Chaves e o Conde de Amarante, as ruínas do hospital, casas brasonadas, como a Casa do Covelo (edifício oitocentista), solares, fontes e cruzeiros.
Heráldica
Brasão: escudo de prata, com duas cabeças de homem, de carnação, postas em cortesia e com chapéu e gola de jogral de vermelho, com guisos de ouro; em orla, oito parras de verde. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «CANELAS - PESO da RÉGUA».